quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ressacada, o retorno

Pra começar, curte um videozinho da chegada. Olha o Luciano Périco, da Gaúcha, mandando um alô pra tigrada!



Em abril de 2008, logo após a eliminação do Grêmio para o Juventude no Gauchão e para o Atlético Goianiense (!!!) na Copa do Brasil, eu fui a Ressacada, o estádio do Avaí, pela primeira vez.

Era um amistoso e Seu Celso (Deusolivre) já estava na corda bamba.

Naquela tarde chuvosa, eu, meu tio Edinho (aquele mesmo) e o Luciano, um cara gente fina que pesa mais de 100kg, nos grudamos na porta do vestiário gremista e gritamos até o sininho da goela estribuchar.

Já dávamos a ordem pela saída do Seu Celso (faz o sinal da cruz aí vivente!).

Ali, naquele dia, ele começou a cair. Tenho certeza.

Mas a história da Ressacada, o retorno, conta outros episódios, tão ou mais dramáticos que os daquele abril do ano passado.


Que o Tricolor perdeu para o Avaí, tu já sabe. Mas eu preciso repetir, é um dever jornalístico, digamos.

Vexatório também é dizer que o Grêmio não mereceu ganhar do Avaí. No máximo, bem tenteado, merecia empatar.

Mas foi incapaz (isso tu também já sabe, afinal estou bem atrasado e tu já deve ter lido todos os sites que comentam futebol).

Então vamos logo ao que interessa. Vamos ao que eu vi e a mídia não deu.

Cara (isso tu talvez até tenha lido em algum lugar, mas vou repetir, perdón), chegar na Ressacada é um caos. Saí às 15h30 de Brusque, montado na minha motoca, debaixo de chuva.

Cheguei em Balneário Camboriú (40km) às 16 horas, debaixo de chuva e frio.

Esperei o Edinho quase uma hora, escondido da chuva.

Quando ele chegou, resolvemos ir de carro. Masoquismo nunca foi meu forte.

Mais 90km de BR 101 e chegamos a Floripa.

Pra entrar na capital catarinense, trânsito mais ou menos, 50km/h.

Só que a 7km (sete quilômetros) da Ressacada, congestionamento. Chegamos ali cerca de uma hora antes do início da partida. E entramos no estádio cerca de 5 minutos antes do apito inicial.

Lembram que Floripa queria ser sede de Copa do Mundo!? (antes que tu me chame de burro, eu sei que o estádio escolhido seria o do Figueira, que fica no continente, mas pra se chegar no aeroporto tem que pegar o mesmo caminho da Ressacada. E o aeroporto está uns 5km mais adiante).

Magreza, se fora o desrespeito é grande, queria que tu visse dentro do estádio.

Socaram a torcida gremista num canto. Se no lugar reservado cabem 1500 pessoas, colocaram 2000. Com certeza venderam ingresso a mais. Ou falsificaram.

Não se trata ninguém daquele jeito.

Tchê! Tu sabe que na arquibancada deve (é obrigatório) ficar aquele corredor de escada para trânsito de pessoas.

Num degrauzinho daqueles estava eu e mais dois! Três em cada degrau!

Se desse um gol do Grêmio, meu amigo, a avalanche faria estrago (confesso que eu preferiria uma vitória e um pé destroncado do que a derrota. Mas não deu, fazer o quê).

Bueno, voltando pro jogo, posso dizer que mal vi o primeiro tempo. Como estava no primeiro degrau tinha um bando de gente no corredor na minha frente. E os caras ainda estavam com filho na garupa, bandeira e tudo mais. Beleza, estádio é pra torcer mesmo.

Pra dificultar um pouco mais a visão, Grêmio atacou pro outro canto. E como o Tricolor atacou mais e teve mais posse de bola, a nega quase não veio pro nosso lado.

Quando veio, Victor se agigantou.

Agora, outra coisa que tu já ouviu mas eu TENHO QUE repetir é sobre o Tchequito querido Geral está contigo.

Homedocéu! Nunca vi o Tcheco jogar tão mal (eu sou fã dele, antes que tu me cornete).

Ele errou 90% dos passes e perdeu 99% das bolas que tentou segurar. Foi mal, muito mal. Mal mesmo.

Quem foi O Cara no Grêmio vestia a 11.

Adilson. Como jogou!

Cabeça erguida, domínio de bola, quase não errou passes, distribuição de jogadas pelos lados e ainda deu um chute violento que o Martini salvou. Foi nota 9.

O Mário Fujão foi bem também, mas o Joilson entrou melhor em seu lugar. Talvez porque o Avaí escolheu só esperar o Grêmio depois de abrir o placar e o Joilson pôde atuar solto, sem se preocupar muito com a defesa.

Aliás, o Avaí se defendeu muito bem (e até assustou nuns dois contra-ataques). Silas fechou o time de uma maneira que o Tricolor não conseguiu chegar tocando a pelota.

O Grêmio girava de um lado pro outro e não tinha jeito de penetrar na zaga dos avaianos.

Quer dizer, “te-tinha”. Ao Grêmio faltou uma jogada individual, um drible, uma investida no peito e na raça.

Ninguém se boliou pra dentro do Avaí. O Herrera se escondeu. E o Grêmio tocou demais a bola!

Mas, pra enxergar o copo meio cheio, direi que o time está no caminho. Essa de tocar demais a bola mostra que o passe e o esquema estão bem treinados.

Falta o “algo a mais”. Poderia ser a garra, a determinação. Mas isso, pelo jeito, ficou no GRE-NAL passado.

Souza foi burocrático, errou todos os arremates. Fábio Santos não passou segurança, ficava indeciso na hora de aparecer na frente. Enquanto ele pensava “será que eu vou”, a jogada já tinha se escapulido.

Mas quando arriscou, fez bem. Como no início do segundo tempo, na primeira jogada de ataque, na qual foi à linha de fundo e cruzou pra Maxi. O gringo dividiu com Martini e ganhou um escanteio.

De resto, valeu ver a Geral bem representada em Flops. Cantou e apoiou sempre.

O time do Avaí, preciso dizer, é bem limitado. Mas Silas acertou com três zagueiros e a equipe está bem compacta atrás. Joga no 3-6-1, um bom esquema pra quem pensa (e só pode pensar) em não cair.

O diferencial continua sendo Marquinhos. Ele jogou o que o Tcheco não jogou. Sabe rolar uma bola, olhar o jogo, tocar de lado e em profundidade. É a referência do time. Nenhuma novidade, eu sei.

O que me preocupa são as 5 derrotas gremistas em 13 rodadas. Aproveitamento de 50% não chega na Libertadores. E não estar na Continental em 2010 não me serve.

8 comentários:

Gonçalves disse...

Cara esses relatos de jogos sem aquelas firulas pra vender noticia são sempre bem melhores ainda mais do ponto de vista do torcedor...

A parte da rivalidade grenal as vezes atrapalha quando seus dirigentes usam como foco estar tão apenas um pouquinho melhor do que o outro...

Eu ainda acho o time do Grêmio limitado técnicamente, mas também acredito que um treinador pode ajustar a equipe e surpreender, haja vista o modesto Barueri, só que o Grêmio já vem de tempo brincando com o perigo claro que lógicamente devido aos percalços financeiros, pode até se superar, mas a mostragem recente tem comprovado que na hora do vâmo vê a qualidade e aquele algo mais, tem feito falta.

Já o Inter também parece acomodado, claro que eu também descarto o tal "melhor grupo do Brasil" e biriri e bororó mais um floreio vindo da imprensa jogando pra torcedor ver...o que tem faltado pro Inter além da fogueira das vaidades e a guerra de ver quem pode mais parecem estar cada vez mais nitidas, a carencia de alas/laterais direito e a falta de insistência em correr atrás de uma solução imediata pro problema, mais o desgaste natural do técnico quando as coisas não acontecem, com certeza causarão uma decepção bem maior do que a gremista, porque qualquer torcedor leigo sabe que temos condições de um melhor desempenho que também traz sorte de arrasto, mas não sei por quanto tempo poderemos esperar para que as coisas tomem seu rumo a tempo de salvar o ano além do que a conquista do Gauchão e das 3 vitórias até então de 3 grenais...

...nos resta então esperar fazendo nossa parte e que o nosso espirito de luta e esperança talvez recaiam na cabeça das pessoas responsáveis pelas ações e quem sabe venha algo mais de recmpensa nem que seja meio de arrasto até o final do ano.

Felipe Conti disse...

"A parte da rivalidade grenal as vezes atrapalha quando seus dirigentes usam como foco estar tão apenas um pouquinho melhor do que o outro..."

É isso daí mesmo Gonça! A gente se engana com resultados bons do nosso time, mas principalmente com os resultados ruins do rival! Acho que no Brasil inteiro é assim...

Bala o relato Mau! Tamo "invicto" ainda em Floripa!!! hehehehehe...

Mas então o Grêmio precisa de um meio mais criativo, de um ataque mais entrosado ou de uma defesa mais sólida? O meio considero bom, a zaga também, portanto eu ainda acho que o maior problema do time está no ataque, jogando no esquema "um grita e o outro não escuta".

Uma variação gremista do já consagrado "Te Vira Nilmar"!

De resto, muito legal e sincero teu texto!

Abraço!

Gonçalves disse...

Ah e quanto ao acesso ao aos estádios isso deve ser um problema "mundial" brasileiro, mas nada que esse lance de Copa do Mundo desses não seja solucionado com a farra do dinheiro que vai ser..."VIVA ZAPATA!!!"

André Colombo disse...

Como apaixonado por Automobilismo GERAL, vou usar isso como exemplo.

"Autuori no final do jogo fala a Rádio Gaúcha, O Grêmio se porto bem, teve varias chances claras e so pecamos um pouco na conclusão, tenho certeza que o Grenal é o grande culpado desta derrota, pois meu time deu o Máximo no Clássico e não teve fôlego para jogar os 90 minutos".

1º Grêmio é a Ferrari de Hoje, anda lento pra não quebrar, e se acelera muito não termina a corrida "Neste caso, Campeonato".

2º Autuori deve ter dito, 2009 vamos morrer como uma Ferrari, visto que no Grenal foi o máximo e ganho com 1 gol Cuspido.

Tinha mais coisa para falar, mas já esqueci ...

Até mais ...

Mau Haas disse...

André... tbm ouvi a entrevista e nao escutei ele falando isso... tem certeza que tu nao sonhou?

Gonçalves disse...

Uia agora eu vi o videozinho do Lucianinho em meio a torcida dando um alô pro pessoal do grenalzito...o cara tava com um casaco com um simbolo parecido com o do Avaí em meio a torcida do grêmio?...esse é galo huiahuiahuia

Mau Haas disse...

é isso mesmo Gonça... era o simbolo do Avaú...
é o colete de imprensa....
E mesmoo se fosse o casaco do avaí mesmo, ninguém iria se meter com o Lucianinho... olha o tamanho da fera...!!

André Colombo disse...

Mau Se alguém ai tiver a Zero Hora de ontem, trecho do que ele falo tem lá, boa leitura !!!

Ps.: Tenho tanta coisa para sonhar, pode ter certeza que teu time não faz parte dos meus sonhos ...