quinta-feira, 30 de abril de 2009

Power Trio

D'alessandro, Taison, Nilmar e mais 7!


Gosto do estilo de jogo de Arsenal e Roma, e não de agora. Nas duas últimas temporadas eles vem jogando um futebol voluntarioso, com jogadores esforçados, nada muito além disso. Um futebol sindical, engajado na causa da vitória magra e sem brilho, mas com um suor desmedido.


Os dois times jogam num 4-5-1 disfarçado: Adebayor e Vucinic são os “1” nos esquemas. E os meias são misturados entre laterais disfarçados, volantes apoiadores e meias-atacantes. Arshavin (ou Nasri) pelos Gunners e Totti (ou David Pizarro) na Roma são os meias que chegam, e são muito habilidosos. Van Persie e Júlio Baptista são os pontas-de-lança. Fábregas e De Rossi são os volantes que chegam... Ou Seja, são esquemas muito parecidos, inclusive nas peças que o compõem, mas o time da Roma tem por característica de ataque o chute de longa distância e a força, enquanto o time do Arsenal ataca através de contra-ataques vertiginosos. Futebol moderno, manja?


Pois é, mas existem outros dois times que jogam um futebol velhinho, lá dos anos 70, e que dá vontade de ver todo dia.


Manchester United e Barcelona jogam naquele 4-3-3 quase clássico. Quase porque um dos meias faz papel de volante. Mas olha QUEM SÃO os meias: Xavi ou Iniesta pelo Barça e Scholes ou Carrick pelo ManU. Linha de zaga com um lateral que apóia (Evra pelos ingleses e Daniel Alves pros espanhóis), um volante e dois meias (Toure, Xavi e Iniesta; Fletcher, Carrick e Giggs) e três atacantes, com dois pontas abertos invertendo lados e pernas preferenciais (sente o cutuco: Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e Carlitos Tevez; Lionel Messi, Thierry Henry e Samuel Eto'o). E é aqui que a pelota rola macia: 3 atacantes!


Qualquer dia desses escrevo um texto sobre a fantástica história futebolística do Barcelona (e que orgulho sinto em saber que o Inter foi campeão do mundo em cima de um time tão espetacular como este!), mas por enquanto o que vale é a sua tradição no esquema tipicamente holandês 4-3-3, desde muito antes de Romário, Luís Henrique e Stoitchkov ou Messi, Ronaldinho e Eto'o (Johan Cruyff, alguém?). O futebol jogado com um volante só, meias ofensivos, dois pontas e um centroavante é uma das marcas registradas do clube da Catalunha, seja precisando fazer 6 gols num jogo ou segurar um empate. O Manchester apesar da agressividade do esquema, sabe se defender muito bem e controlar o jogo. O Barça prefere ser uma academia de jogar bola do que empilhar 1x0 todo jogo!


Tudo isso pra dizer que o retranqueiro e mesquinho Chelsea arrancou um empate do Barça no Camp Nou na primeira partida da semifinal da Champions. Pura injustiça. Talvez o time dos grandalhões de Hiddink (Deco e Joe Cole nem titulares são mais para dar lugar a jogadores defensivos) chegue na final, mas será um crime contra o futebol; O United ganhou de apenas 1x0 dos Gunners em Old Trafford na outra semi, mas poderia ter sido 3x0 tranquilamente... Eu gostaria de ver o futebol classudo à moda antiga do Barça contra a modernidade inteligente do Arsenal. Mas como nem tudo é perfeito, que pelo menos o Manchester com seus três atacantes endiabrados coloque (mais uma vez) a retranca sovina do Chelsea no seu devido lugar.


E não é que o Inter, assim como estes gigantes europeus, também tem seu Power Trio de ataque? D'alessandro, Nilmar e Taison não formam a tríade clássica de atacantes (pontas e poste), longe disso, mas são tão mortíferos quanto. O violento Náutico que o diga. Mais uma atuação de luxo de uma equipe forjada para deixar os três mosqueteiros do ataque livres para criar. E aí eles deitam, rolam, driblam, cruzam... e se divertem, como há tempos não via jogadores do Inter fazendo dentro do campo. Os sorrisos dos guris Colorados são a prova de que futebol bonito não garante título, mas foi com este propósito que o futebol foi criado. Não vou cansar de dizer isso: APROVEITEM pra ver esse time do Inter em campo. Oportunidade única de admirar a essência do futebol.


Neste cenário proponho (e torço para) uma final de Copa do Brasil que coloque frente a frente duas maneiras de jogar bola: a alegria habilidosa do falso 4-1-3-2 do Inter contra a rigidez tática do falso 4-2-3-1 do Corinthians. Pela diversão proporcionada pelo futebol bem jogado e bonito de se ver, que Barcelona e Internacional se sagrem campeões!

3 comentários:

Mano disse...

Sou mais retrancao!

geoband disse...

Belo post!

Gonçalves disse...

o time tá fantástico..e sabe o melhor de tudo isso, que tem peças pra melhorar mais ainda se alguma coisa não der certo ao longo dos campeoantos a serem disputados.