sábado, 12 de dezembro de 2009

Imortal

To arrepiado ainda, pode ter certeza. Parecia que eu tinha regressado 14 anos. Me senti com 10 anos, eufórico, entusiasmado com aquele Grêmio 95 que entrou em campo para uma peleiazinha na despedida do Danrlei neste sábado, dia 12 de dezembro de 2009.

Até a mecânica da equipe estava lá. Dinho ficava para Adilson - braçadeira de capitão - sair. Rivarola arrepiava qualquer bola que viesse contra o Grêmio. Goiano, discreto, eficiente. Carlos Miguel, toque redondo, no pé. Arce, uma flecha pela direita, sempre surpreendendo, dono da bola parada. Danrlei, fora de forma, mas heróico e amado, ovacionado, catimbeiro. Arilson se perdeu e não apareceu para a partida. Mas Roger estava lá, guardando posição, ajudando na retaguarda. E Dinho, cangaceiro, foiçador, copero, NÃO aliviou uma. De quebra, Paulo Nunes cruzou e Jardel meteu a cabeça na pelota pra estufar as redes. Que visão! Que miragem! Uma volta no tempo.

É como se eu pudesse voltar a dormir num berço. Sei lá, como se meus 10 anos de idade mal tivessem começado. Como se a vida toda ainda estivesse por ser trilhada. Não tinha nada. Nada além de Grêmio. Não tinha trabalho, não tinha mulher, não tinha jornalismo, não tinha preocupação. Tudo era Grêmio, tudo voltou a ser Grêmio com esta exibição inesquecível, memorável, daqueles 11 “côco roxo” que o destino tratou de colocar sob o manto tricolor. Cara, descobri nesta tarde que, se eu pudesse, se Deus quisesse, o mundo poderia ter acabado depois de 1995 e tudo seria perfeito.

Dá-lhe Grêmio! Aquele Grêmio!

Não é por nada que vivemos esperando a volta daquele estilo de jogo. Nada contra todos os outros que estiveram no Grêmio antes ou depois, mas é impossível a comparação.

Que este time se repita, se é que isto é possível. Só isso que eu desejo.

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Vale ressaltar que foi impressionante ver Tarcísio correndo MUITO no ataque do time Branco. Tarcísio, o mesmo do campeonato mundial de 83. Increíble!

Assim como foi fantástico o momento da saída de Mazaropi para a entrada de Victor. Dois MONUMENTOS do gol gremista, um que tatuou seu nome na história e outro que tem TODAS as chances de fazer o mesmo.

Lamentável a ausência de Arilson, uma das peças fundamentais, um gênio da bola, um lince, um jogador-bandido, ao melhor estilo Libertadores. Fez falta.

E, outro momento marcante da tarde foi a entrada e as vaias direcionadas para Assis, o irmão de Ronaldinho, ou o mestre daquele time de 89, que ergueu a primeira Copa do Brasil para o Grêmio, ou o cara que articulou a saída pela porta dos fundos de um dos maiores jogadores da história do futebol. Ele foi ESCANDALOSAMENTE vaiado. Talvez não fosse o caso, devido a festa. Mas muito torcedor viu seu prato frio da vingança sendo servido naquele momento. Inclusive eu.



Olha isso, magnata!

2 comentários:

neti disse...

Nossa fiquei emocionada de ler ; imagina se tivesse visto !! Fica na lembrança esse time por ser aguerrido,valente e de uma época que podiamos conhecer nosso time por várias temporadas ...assim é feita a vida ...que bom que termos tantas vitórias pra recordar !!!! bjo Neti

Felipe Conti disse...

UM LINCE!
PRATO FRIO DA VINGANÇA!

Aizá! Texto épico!

Falouzis!